Nunca é tarde para amar
- Redação
- 14 de jul. de 2016
- 3 min de leitura
Uma senhora fazendo tricô e um homem de cabeça branca estirado no sofá o dia inteiro. Quando falamos em casais idosos, esta é a representação estereotipada por várias pessoas. Além disso, parece um tabu falarmos de sexo na terceira idade, mesmo sabendo que esta população tem, sim, interesse sexual. É preciso desmistificar este preconceito e saber que nunca é tarde para aproveitar o relacionamento à dois.

Desde a década de 80, a expectativa de vida do brasileiro aumentou quase 20 anos, melhorando significativamente a saúde da população idosa. Com isso, os aspectos sexuais também mudaram bruscamente, já que os problemas da idade chancelavam o fim da prática sexual de um casal. Entretanto, sabendo que o interesse pelo sexo não possui idade, idosos relativamente saudáveis são capazes de aproveitar uma relação em sua plenitude, apenas se adaptando às naturais mudanças fisiológicas.
A disfunção erétil sempre foi um dos maiores receios desta parcela da população, mas que enxergou nas famosas pílulas azuis uma possibilidade de reaver o prazer em suas vidas, causando uma verdadeira revolução sexual em 1988, quando o medicamento foi criado. Vale ressaltar que é necessária atenção ao uso da pílula, pois ela é contraindicada para pacientes com doenças coronárias ou para aqueles que já tomam medicamentos vasodilatadores, devendo sempre seguir as orientações médicas.
Já as mulheres quase sempre esbarram nas dúvidas em relação à lubrificação vaginal. Mas não existem complicações, já que a barreira pode ser ultrapassada através do uso de hormônios locais, aplicado em forma de creme diretamente na vagina, o que possibilita um retorno normal às práticas sexuais.
Não há contraindicações para o sexo na terceira idade, apenas alguns restrições temporárias, como em casos de parceiros que foram recém operados. Em outros casos, algumas dificuldades de um corpo mais maduro podem surgir, como dores reumáticas, hipertensão e incontinência urinaria. Nestes casos, o indicado é sempre procurar ajuda de um especialista, que poderá indicar os melhores caminhos para uma prática sexual plena.
Para um melhor relacionamento, a comunicação é a chave fundamental na intimidade. Falar sobre os anseios, sentimentos, medos e desejos com seu parceiro facilitará um dialogo mais aberto, saudável, tranquilo e prazeroso. Deixe de lado as expectativas e receios para desfrutar de uma vida sexual completa, que seja sempre prazerosa para ambos.
É preciso também quebrar os tabus relacionados ao sexo na terceira idade, pois muitas pessoas ainda veem como libertinagem o que simplesmente é sexualidade quando mais jovem. A maioria das pessoas, hoje, mais idosas, cresceram em uma ambiente de puritanismo vitoriano e foram muito mal informadas a cerca dos temas sexuais, sobrecarregando-os de culpa em relação a qualquer sensação de excitação sexual. A educação repressora do século passado, vivida por quase todo esse grupo, rotulam o sexo como pecaminoso, sujo e simples objeto de procriação. Porém, a idade não dessexualiza o ser humano. O sexo deve sempre ser uma ferramenta para expressar amor, carinho e afeto, além de proporcionar os prazeres almejados pela pessoa.
O sexo na terceira idade pode ser extremamente libertador e prazeroso, dependendo de como se encara a velhice e as modificações naturais do corpo. O grande objetivo não deve ser repetir o mesmo desempenho sexual da juventude, mas conseguir desenvolver novas formas de prazer. Também vale lembrar que, em qualquer idade, o sexo exige proteção contra doenças sexualmente transmissíveis.
Não é preciso ter vergonha ou receio do seu interesse sexual. Converse com seu médico, com seu parceiro e aproveite ainda mais os maravilhosos momentos que esta fase da vida lhe proporciona.
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